Fanny 100

Dona Fanny 100 anos!

Carlos Cristo


Não dá para escrever sobre a Dona Fanny sem muita emoção.


"Entrei na família" em 1967, quando conheci o David, na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), e fomos por muitos anos "Cosme e Damião" - inseparáveis.

Devo enfatizar que esta amizade acabou estendendo-se aos meus pais, não só o David, mas todos os Costa Lopes.

Eu, filho único, deparo-me com uma familia com 4 filhos e, mais tarde, um sobrinho, vivendo seis sob o pequeno teto de um modesto apartamento de dois dormitorios, junto à praça XIV Bis, em São Paulo. Num quarto, dois beliches - feitos em casa- para os rapazes.

David, Rui, depois o primo Jorge, já que o igor vivia em Brasília. A Ruth dormia no sofá da sala. Na minuscula cozinha, Dona Fanny preparava comidinhas para um batalhão de tamanho incerto, a depender dos convidados.

A primeira lição que aprendi, com os Costa Lopes, foi generosidade, depois, alegria e, finalmente, e tão importante - justiça.

Quando me refiro a justiça, trago a questão politico-ideologica presente no cotidiano da família e responsável por muitas nuvens negras que pairaram sobre ela.

A autoridade do "Seu" Acílio era inquestonável e a profundidade das suas reflexões uma marca. Dona Fanny era a mediadora entre os eventuais conflitos entre posições mais rigidas e demandas talvez mais adaptadas aos novos tempos e à nova cultura, mas coesão não se perdia.

O tempo passou, muitos s e agregaram, uma nova geração surgiu e por sua vez, gerou outra, alguns nos deixaram, mas Dona Fanny, como sempre fez, saindo da Berlim natal, para Portugal, depois para Angola e ainda para o Brasil, adaptou-se, renovou-se e encarou com o mesmo otimismo de sempre e com um carinho inesgotável, os novos mundos e a nova familia, mutiplicada.


Parabéns, Dona Fanny, única e maravilhosa!



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